segunda-feira, 29 de junho de 2009

Viradão Cultural Carioca

Entre os dias 5 e 7 de junho, aconteceu no Rio de Janeiro o Viradão Cultural Carioca, evento que teve por objetivo movimentar a cidade durante 48h, com mais de 300 atrações. A intenção de Jandira Feghali, Secretária Municipal de Cultura, era fazer deste projeto o marco para que o Rio volte a ser considerado a capital da cultura.

Inspirado na Virada Cultural em São Paulo, mas com 24h a mais, o evento contou com apresentações de consagrados músicos nacionais, até debates sobre literatura infantil, passando por peças de teatros, saraus, cinema, oficinas, entre outras coisas. Mas não foi só a diversidade de atrações que chamou a atenção, a geografia do evento também. Palcos foram montados desde a Praça XV, onde foi aberto e encerrado o Viradão, até Bangu, passando pela Praça Onze, Arpoador, Madureira entre outros. A maioria dos shows foi gratuito, o que não foi de graça o preço dos ingressos não custaram mais do que R$15,00.

A iniciativa de fazer um evento como esse no Rio de Janeiro é louvável, ainda mais com a abrangência que teve, como levar Milton Nascimento, Paulo Moska, Zélia Duncan para Bangu, ou Alceu Valença para Madureira. Entretanto, os 200 mil expectadores, de acordo com dados da Polícia Militar, poderia ter sido 400 mil, caso a pressa em mostrar que está apta para assumir a secretaria não fizesse a médica Jandira Feghali pecar na estrutura montada.

A divulgação foi tão precária, que muitos cariocas, na sexta-feira, 5 de junho, não sabiam que o Viradão começava naquele dia e continuaria durante todo o final de semana. Quem soube no dia, foi pego de surpresa e teve que montar a programação em cima da hora, deixando de aproveitar várias atrações por já ter compromissos.

Essa desorganização fez com que uma peça fosse encenada em uma praça desconhecida na Pavuna, no sábado pela manhã, no chão, sem palco, sistema de som, camarim, ou até mesmo identificação de que aquele espaço fazia parte de um evento organizado pela prefeitura. Ela foi assistida por 15 pessoas, quando poderia ter sido por 40. O local era de tão difícil acesso, que a companhia de teatro marcada para se apresentar logo após se perdeu no caminho, não chegou a tempo.

Outro exemplo, ainda mais constrangedor, aconteceu no mesmo dia, 6 de junho, no Jockei Club, onde estava marcado um debate sobre literatura infantil. Nenhuma pessoa havia chegado até trinta minutos após o horário marcado para o início, fazendo com que a “conversa” começasse com 40 minutos de atraso, com apenas duas pessoas. A principal reclamação das autoras foi justamente a divulgação, já que elas ficaram sabendo do horário e local da mesa dias antes.

Lídia Michelle Azevedo

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